HINOVE reabre planta de fertilizantes e prevê faturar R$ 1 bilhão
Por Isadora Camargo — Globo Rural
A brasileira HINOVE, que produz fertilizantes especiais, prevê faturar R$ 940 milhões neste ano, o que, caso se confirme, representará um aumento de 45% em relação a 2023, quando sua foi de R$ 650 milhões. Com o salto que estima também para 2025, a companhia já vislumbra alcançar um faturamento bilionário, um feito inédito em sua história.
A projeção de forte crescimento neste ano deve-se principalmente à reinauguração da fábrica de Guará (SP), unidade que pertencia à Mosaic e que a HINOVE comprou em 2022. Antes da aquisição, fechada por valor não revelado, a planta ficou sete anos parada.
Segundo Roberto Martins, sócio e cofundador da HINOVE, a capacidade de produção da unidade pode chegar a 1,2 milhão de toneladas nos próximos cinco anos. “Em 2024, nosso salto [de faturamento] refletirá a utilização da unidade de Guará. E, sem dúvidas, o aumento dos próximos anos será diretamente ligado à entrada de Guará em nossa matriz de produção”, disse ele.
Antes de a HINOVE assumir a estrutura, ela pertenceu à Bunge e à Vale, além da Mosaic.
Companhia projeta crescer 45% em 2024 e 50% no ano que vem, quando, segundo a previsão atual, ela passará a ter receita bilionária
A nova controladora investiu R$ 50 milhões para reformar e ampliar a unidade. Localizada a cerca de 400 quilômetros da capital paulista, a área da fábrica abriga a principal mina de fosfato para produção de fertilizantes sólidos, líquidos e misturados da empresa. Esses fertilizantes integram a categoria de especiais por terem formulação complexa e porque empregam alta tecnologia, características que agregam valor ao produto — e, com isso, representam ganho de margem para a HINOVE.
Neste ano, a companhia também vai ampliar a produção em suas duas outras unidades, localizadas em Registro (SP) e Rio Brilhante (MS). Com isso, a empresa pretende aumentar para 450 mil toneladas suas vendas de fertilizantes especiais, que somaram 320 mil toneladas no ano passado.
Juntas, as três unidades poderão produzir e misturar 1,5 milhão de toneladas de adubo neste ano. Segundo Martins, em cinco anos, o volume deverá passar de 2,2 milhões de toneladas anuais.
Para investir nos complexos fabris e reforçar seu capital de giro, a Hinove recorreu ao mercado de capitais. Desde 2022, a empresa levantou R$ 250 milhões por meio de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro).
Para o ano que vem, a companhia projeta volume de vendas e faturamento 50% maiores que os deste ano, o que, caso se confirme, a fará entrar, pela primeira vez, no grupo de empresas com receita bilionária. “Temos potencial para quadruplicar de tamanho em um curto espaço de tempo”, avalia Martins.